Aqui está Barthes, olhem a cara dele:
Barthes, desamparado, perplexo, coitado. A foto está no Barthes por Barthes, e sua legenda graciosa é “Tédio: a mesa-redonda”.
Ontem, tentando arrumar as gavetas de quatro anos de trabalho em um setor da universidade que há pouco deixou de ser o meu, encontrei anotações de eventos, de mesas-redondas, de bancas. Há muita coisa no espectro emocional ali consignado, mas não “tédio”. Aparece, antes, “desperdício”, e a ideia reiterada de tempo jogado fora, de dispêndio vão de si. Aparece o patético: dos outros, em sua vaidade e auto-elogio: não sei como vou aguentar ainda mais vinte, trinta anos de carreira em torno de pessoas tão grosseiras a ponto de não perder uma chance de repousar um louro a mais na própria coroa, gente que tem a si mesmo e suas glórias como assunto predileto, usurários usurpadores inclementes do lance fraterno e solidário do ouvir. Quanto charlatanismo, quanta ânsia de protagonismo, quando desejo de ser amado, adorado e louvado. Para isso, não seria tédio a resposta, mas a pouca utilizada referência à gastura é que me pareceria própria: está gastando essa chateação, não se quer mais ouvir. O que se elogia estou condenando agora a um inferno de prolongamento da própria voz, e ao consumo da hóstia consagrada da bajulação de sua beleza, excelência, invulgaridade. Ao raio que o parta.
Aparece nessas notas também o patético de si, em ponto menor, pois assim como os falastrões supracitados me julgo mal, sei menos de mim do que talvez devesse, e me dou a direitos, como me impacientar, me irritar, demandar, exigir, aplicando régua ao mundo, ah, mundo melhor o feito por mim. Então, como ontem, leio a mim mesmo e penso Ridículo!, e me acho coberto de razão, errando de novo, evidentemente, talvez pelo peso de abusos e excessos praticados ou sofridos alhures.
Que bad é essa, AM? hahaha
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