Como é do conhecimento de vocês, a questão do Bovarismo me interessa; creio que é uma espécie de consequencia fatal da leitura de ficção, um efeito colateral incontornável e, talvez, um elemento necessário na produção do desejo de ficção – seja de sua leitura, seja de sua produção. Há anos faço anotações sobre isso, partindo de uma observação inicial de Piglia, que em um texto conhecido alude ao célebre abraço no cavalo de Nietzsche em Turim como uma instância de bovarismo. Venho compilando eventos, incidentes, observações e citações ligadas ao tema – venho ensaiando escrever um ensaio que redescreva e recupere o termo, colocando-o, na circulação conceitual sobre ficção contemporânea, como parceiro de noções como “pastiche” e “auto-ficção”. A coisa, afinal, é simples, e parece útil justamente por isso: lemos e, tendo lido, balizamos nosso contato com a suposta realidade de maneira diferente – eventualmente, nos esforçamos para produzir conexões entre o lido e o feito; eventualmente testemunhamos essas conexões sem que nossa agência tenha sido necessária para produzi-las.
Há o clichê Uma imagem vale mais do que mil palavras etc. Obviamente, considerando minha amizade com as palavras, me disponho a discordar, a César o que é de César, uma imagem diz umas coisas, um texto diz outras, um beijo não anula o outro, e a camaradagem continua. Eis, portanto, a inacreditável imagem:
Adorei a foto, ri muito.
Porque tive de descobrir esse blog na dispersão da rede, e não através do autor? Que safadeza hein???
E só mais uma perguntinha: já leu aquela minha tentativa literária? Tão ruim que não merece comentário, meo deos? Estou arrancando meus cabelos remanescentes por aqui…
Abraço grande
Toda a safadeza será perdoada – inclusive por você! 🙂
Lerei, e talvez até publique os resultados da leitura aqui mesmo, nesta ágora impura – HAHAHA. 😛
Um abração tb, Guará.