Em setembro de 2011 comprei um livro intitulado Magical Writing in Salasaca. Na época eu estava interessado em estudos etnográficos do letramento, e o livro aparecia com boas resenhas: um cara vai numa vila no sertão do Equador e faz um inventário dos usos mágicos da escrita entre os nativos? Podia ser minha autobiografia isso. Adorei o título: é seco, não é espirituoso, não tem um sintagma supostamente poético ao qual se segue o subtítulo que o deve explicar. Deve ser bom mesmo. Comprei e esperei chegar. Tres, quatro, cinco meses.
Nunca chegou e, como é de praxe com a Amazon, reclamei, meu dinheiro de volta, nenhuma questão foi perguntada, continuamos em bons termos. Mas há, claro, uma frustração e, se eu já queria ler o livro, agora queria mais.
Em Março de 2012, então, comprei outro exemplar. E, claro, sendo essa a motivação de anomalia para este texto, não chegou. Tres, quatro meses: não chegará, creio. Já reclamei, meu dinheiro de volta, etc
Algum carteiro estará por aí interessado em Salasaca, um povoadinho no centro – imagine isso: no centro – do Equador?
Dois livros iguais perdidos – onde?
Um deles foi para El Salvador ao invés.
Um foi achado por alguém e o outro, bem, esse.